Fechamento Mensal • Maio, 2025
A pauta fiscal voltou ao centro do debate global em maio, com destaque para os EUA: a proposta da “One Big Beautiful Bill” reacendeu preocupações sobre a sustentabilidade das contas públicas e pressionou as taxas das Treasuries de longo prazo. O movimento elevou o prêmio exigido pelos investidores e provocou ajustes nas curvas globais, inclusive em mercados desenvolvidos como Europa e Japão.
Apesar disso, a volatilidade dos mercados se reduziu, com alívio nas tensões comerciais entre EUA e China. A trégua tarifária de 90 dias contribuiu para o bom desempenho das bolsas globais — o S&P 500 recuperou o nível pré-“tarifaço”, e o MSCI ACWI avançou 6,2% no mês.
No Brasil, o cenário externo benigno favoreceu os ativos locais. Dados positivos do PIB e da safra agrícola impulsionaram o otimismo com a atividade econômica, enquanto o anúncio do aumento do IOF trouxe de volta o debate sobre riscos fiscais e custo do crédito. O Ibovespa subiu 1,5% e o real se valorizou frente ao dólar.
Ainda assim, o ambiente segue desafiador: a inflação acumulada em 12 meses voltou a acelerar, e a política monetária deverá permanecer restritiva por mais tempo, mesmo com a Selic próxima do fim do ciclo de alta.
Maio foi um mês de reavaliação de riscos — fiscais, comerciais e inflacionários — que moldam o comportamento dos mercados para o segundo semestre.